Efeitos deletérios da imobilidade no leito
- plexusjr
- 23 de out. de 2021
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1. Efeitos estruturais e fisiológicos sistêmicos do imobilismo?
Há várias alterações causadas pelo imobilismo, dentre elas:
Sistema musculoesquelético - Menor capacidade de resistência à fadiga; menor capacidade de gerar força, devido a atrofia muscular pelo aumento de citocinas pró-inflamatórias que levam à morte de células musculares; risco elevado de osteoporose e fratura óssea, pois há maior quantidade de reabsorção do que formação óssea; diminuição de amplitude de movimento (ADM) e contraturas articulares devido ao maior encurtamento dos tecidos moles e à deposição de tecido conjuntivo;
Sistema cardiorrespiratório - descondicionamento cardíaco, independente das patologias pré-instaladas; aumento da probabilidade de desenvolver complicações respiratórias, como pneumonia, fraqueza dos músculos respiratórios e queda da capacidade respiratória; hipotensão postural decorrente do imobilismo;
Ademais, pode haver eventos tromboembólicos, úlceras por pressão, infecções e retenções urinárias, constipações intestinais entre outras complicações. Esse conjunto pode levar à ansiedade, delirium, depressão e diminuição da qualidade de vida dos pacientes.
2. Em quanto tempo essas alterações demoram para surgir? Quando tratado, quanto tempo demora para desaparecer?
As alterações induzidas pelo imobilismo podem começar nas primeiras 24 horas. Após a alta da UTI, os pacientes demonstram inabilidades que podem perdurar por até um ano. Quanto maior o tempo que o paciente esteve imobilizado, mais lenta será a recuperação dele. Entretanto é válido ressaltar que cada caso deve ser analisado individualmente e, graças às particularidades de cada pessoa, comorbidades e do condicionamento cardiovascular e muscular prévios, cada caso evolui de uma maneira, tornando então difícil prever o tempo que cada paciente levará para se recuperar dos efeitos prejudiciais gerados pela imobilização.
3. Quais as melhores formas de intervenção fisioterapêutica nos pacientes imobilizados?
A fisioterapia pode atuar na reversão dos sintomas da síndrome do imobilismo através de estratégias para redução da dor; manutenção da força muscular com exercícios resistidos e exercícios de amplitude de movimento, evitando encurtamentos musculares, atrofias e contraturas; estimulação às mudanças de decúbito, independência nas AVD’s e deambulação; É importante também limitar o tempo de imobilidade o máximo possível, realizando mobilização precoce.
A fisioterapia respiratória também é essencial, atuando no treinamento muscular respiratório, expansão pulmonar e remoção de secreções.
Adicionalmente, sempre que possível deve ser realizada a pré reabilitação, aumentando as capacidades musculares e cardiorrespiratórias do paciente no pré operatório.
REFERÊNCIAS
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