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Atuação fisioterapêutica no aleitamento materno

  • plexusjr
  • 23 de out. de 2021
  • 3 min de leitura

1. Quais são as fases/tipos de leite materno?

O leite materno passa por três importantes fases que ocorrem no decorrer das semanas após o parto:

  1. Colostro: Este é o primeiro leite a ser produzido, encontra-se presente na primeira semana após o parto. Apresenta em sua composição grande quantidade de anticorpos como IgA secretória, além de lactoferrina e leucócitos. Mediante sua composição ele é fundamental para o sistema imunológico e também para o bom funcionamento do sistema gastrointestinal

  2. Leite de transição: produzido após a segunda semana - Apresenta características semelhantes ao anterior, porém é mais rico em gorduras e lactose, sendo importantes no desenvolvimento e crescimento do bebê

  3. Leite maduro: presente após segunda ou terceira semana após o parto, este leite contém todos os nutrientes importantes para a criança. Sendo dividido em leite anterior - encontrado no início da mamada, importante para matar a sede do bebê - e leite posterior - sendo responsável por saciar o bebê.



2. Quais posturas podemos indicar para a mulher no momento da amamentação para amenizar desconfortos musculoesqueléticos?

É importante que a mulher esteja sempre em uma posição confortável, podendo adotar a postura sentada, em pé ou deitada de acordo com a preferência e necessidades. A coluna, pés e braços devem estar sempre apoiados, podendo utilizar uma almofada meia lua, travesseiros, bancos ou adaptações como o braço da cadeira. Devemos orientá-la a não ficar em contração isométrica para não gerar desconfortos na região cervical e MMSS, dando especial atenção ao apoio dos braços para atingir esse objetivo.

Já em relação a posição do bebê, para que a extração do leite seja efetiva e não haja intercorrências, ele deve estar inteiramente de frente para a mãe e bem próximo (barriga com barriga), com a boca de frente para o mamilo e o queixo tocando o seio da mãe. Ele deve abocanhar com a boca bem aberta e pegar não somente o mamilo, mas também a aréola, sendo que a mãe deve auxiliar segurando sua mama com a mão em formato de “C”. Caso haja necessidade, também pode ser colocado um travesseiro embaixo do bebê para que ele fique mais alto e vá até a mama com maior facilidade.


3. Quais as principais intercorrências (como fissuras, ingurgitamento mamário, etc) que podem ocorrer e como a fisioterapia pode ajudar?

As principais intercorrências são fissuras dos mamilos, ingurgitamento, bloqueio dos ductos, mastite e abscessos s. O padrão ouro, no Brasil, de intervenções fisioterapêuticas que podem ajudar nessas intercorrências é a massagem mamária, principalmente, para ingurgitamentos, que consiste em fazer uma massagem circular na parte que está dolorida e com padrão nodular a fim de dissolver o leite que está parado naquele local. Concomitantemente, faz-se a ordenha do leite manual para ir extraindo um pouco desse leite para deixar a mama maleável e não parar de produzir o leite. Para não gerar fissuras, a melhor maneira é começar orientando a mulher como fazer a pega correta do bebê. Outras intervenções como exercício de Hoffman, crioterapia e termoterapia não são indicadas porque não possuem comprovações científicas e evidências de melhoras, podendo haver repercussões não desejáveis, como queimaduras (no caso de bolsas de água quente ou fria, já que a sensibilidade da mãe encontra-se alterada).

Caso o trauma da mãe seja grande, o banco de leite pode ser uma alternativa para a mulher receber maior acolhimento.



4. Atualmente, no Brasil, como se dá a relação entre amamentação e volta ao trabalho?

O art. 396 da Consolidação das Leis do Trabalho traz que a mãe tem direito para amamentar o filho durante a jornada de trabalho até que este complete um ano de idade, podendo aumentar esse período quando exigir assistência à saúde, tendo dois descansos especiais, de meia hora cada um, no local de trabalho, isto quando este dispor de um ambiente adequado para tal. Caso o estabelecimento não disponha de um local apropriado a empregada terá direito a uma jornada reduzida, sendo que serviços com carga de trabalho entre 4 e 6 horas terá redução de uma hora, e caso o mesmo tenha duração maior do que 6 horas serão reduzidas duas horas. Válido salientar que a redução da jornada não implicará na redução do salário.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


BALLARD, O.; MORROW, A. L. Human milk composition: nutrients and bioactive factors. Pediatr Clin North Am. 2013;60(1):49-74.


KLIEGMAN, R. M.; NELSON, W. E. Nelson textbook of pediatrics. 18 th ed. Philadelphia, United States of America: Saunders Elsevier; 2007.


MOSCA, F; GIANNI, M. L. Human milk: composition and health benefits. Pediatr Med Chir. 39(2):155. 2017.


TOMÉ, F. R. O papel do fisioterapeuta na promoção do aleitamento materno. Monografia (Graduação em Fisioterapia) - Universidade Veiga de Almeida. Rio de Janeiro. 2008.


ZAKARIJA-GRKOVIC, I.; STEWART, F. Treatments for breast engorgement during lactation. Cochrane Database Syst Rev. 9(9). 2020.


 
 
 

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