top of page

Atendimento de beira de quadra

  • plexusjr
  • 23 de out. de 2021
  • 5 min de leitura

1. Vocês conhecem a tríade do Pronto-Atendimento? Qual a diferença entre urgência e emergência ? Quais objetivos e deveres de um socorrista ?

  • Tríade do Pronto Atendimento


1. Conhecimento prévio da modalidade: conhecimento sobre a dinâmica e regras daquele esporte, lesões mais frequentes


Está envolvido dentro do que a gente pode fazer dentro daquela modalidade, de acordo com os conhecimentos sobre o jogo e suas regras. Por exemplo quando e como você pode entrar no campo e conhecer a epidemiologia das lesões de acordo com a modalidade


2. Conhecimento teórico do mecanismo e da biomecânica das lesões


3. Conhecimento prático: habilidades conquistadas ”colocando a mão na massa”


Como atuar ali no momento, relacionado com seus objetivos e funções naquele momento, saber identificar se a situação é uma urgência ou emergência, além do conhecimento prévio do local (ambulância, serviço de referência).


  • Urgência X Emergência

    • Emergência: a constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato

      • Ou seja: tem risco iminente de morte e precisa de atendimento imediato.

    • Urgência: a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata

      • Ou seja: não tem risco iminente de morte, pode aguardar um pouco, mas necessita de atendimento o quanto antes, já que pode se transformar em uma emergência.


  • Objetivos e Deveres dos Socorristas

Os socorristas devem garantir um atendimento o mais rápido possível e com qualidade, reduzindo possíveis danos posteriores. Além de assegurar que os atletas e o ambiente estejam em boas condições.




2. Caso Clínico 1: Atleta de vôlei, 22 anos, sobe para realizar bloqueio e aterrissa no pé do adversário. Você observou que o pé do atleta que sofreu a lesão girou para dentro (inversão). O que avaliar e qual conduta realizar diante dessa lesão?

Diante dessa situação, a primeira coisa a se fazer é retirar o atleta do jogo e aplicar o método PRICE (repouso; gelo; compressão; elevação) com o objetivo de diminuir a dor e o edema. O fisioterapeuta deve acompanhar/observar se o atleta refere dor, a evolução do edema, coloração do local da lesão e se há sinais de fratura. O mais importante neste momento é reduzir possíveis danos, por isso é importante saber identificar possíveis fraturas. Para isso, o profissional pode aplicar as regras de Ottawa para o tornozelo. Essa regra indica a palpação de quatro estruturas ósseas específicas: maléolo lateral, maléolo medias, base do quinto metatarso e navicular. Se o atleta referir dor em alguma dessas estruturas, o fisioterapeuta deve ficar atento! A regra também diz que se o atleta não conseguir dar mais de quatro passos sem dor e com confiança é um alerta para que ele seja encaminhado o mais rápido possível para um pronto atendimento especializado.


3. Caso Clínico 2: Durante torneio de futebol de campo, atleta de 20 anos sobe para disputar a bola após escanteio e acaba batendo sua cabeça contra a do adversário aterrissando no chão desorientado. Ao chegar no atleta você percebe que o mesmo está com dor no pescoço, formigamento nos membros superiores e relata muita tontura. O que não poderíamos fazer ?


Concussão é uma lesão cerebral em que percebemos ruptura da membrana celular e da integridade axonal. No esporte, trata-se de uma lesão traumática induzida por forças biomecânicas, seja por um golpe direto na cabeça, pescoço, rosto ou em qualquer outra parte do corpo (com uma força impulsiva que é transmitida à cabeça). Ela pode resultar em um comprometimento rápido da função neurológica que se resolve espontaneamente, porém, em alguns casos, os sinais e sintomas evoluem ao longo de alguns minutos, horas e até dias. Vale ressaltar que existem alguns fatores confundidores como o uso de drogas, álcool, medicamentos ou até mesmo outras lesões (como lesões cervicais) e comorbidades (fatores psicológicos ou condições médicas coexistentes).


É importante ressaltar que a concussão possui sinais e sintomas que mudam rapidamente e que a maioria delas ocorre sem perda de consciência ou algum outro sinal neurológico evidente. O reconhecimento desses fatores é bem desafiador e demanda uma avaliação rápida no meio da competição. No momento da lesão, é necessário estar atento a sinais como dor de cabeça, perda de consciência e memória, instabilidade de marcha, irritabilidade, tempos de reação mais lento, sonolência.


Fazer perguntas de orientação e de memória, além de notar sinais como perda de consciência e distúrbios de equilíbrio podem ser mecanismos de triagem rápida para a suspeita de uma concussão. Lembrando que esses mecanismos são para uma identificação precoce na beira da quadra ou do campo, mas que eles não substituem uma posterior avaliação neurológica mais abrangente.


A concussão é uma lesão que se mantém em evolução durante a fase aguda e por esse motivo, o atleta deve ser retirado imediatamente do jogo e não deve ser retornado ao campo ou quadra no dia da lesão. Ao ser retirado, o jogador precisa ser avaliado por um profissional da saúde presente no local, que irá identificar as necessidades do paciente e descartar possíveis maiores complicações, como lesões na coluna cervical. Caso não haja nenhum profissional da saúde, o jogador deve ser retirado imediatamente e ser encaminhado com segurança a uma unidade de pronto atendimento.


4. Caso Clínico 3: Durante prova de 200 metros rasos, um dos corredores subitamente cai na pista de atletismo. Ao chegar perto do atleta para atendimento você percebe ausência de movimentos respiratórios e cardíacos. Como proceder diante dessa situação ?


Primeiramente, diante de uma situação como esta, é importante checar o nível de consciência do atleta. Se o mesmo encontra-se sem consciência, com ausência de movimentos respiratórios e cardíacos, deve-se iniciar imediatamente uma Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) de qualidade, além de solicitar o apoio de um suporte médico especializado para remover a vítima do local e dar prosseguimento ao atendimento.


A RCP consiste em um conjunto de manobras denominado CAB:

C- Compressões (30 compressões):

Devem ser realizadas com as duas mãos, uma espalmada em cima da outra como na imagem abaixo. A base das mãos são posicionadas dois dedos acima do processo xifóide do osso esterno, com os cotovelos estendidos. A profundidade alcançada deve ser próxima a 5 cm. As compressões devem ser profundas e rápidas.

A - Abertura das vias aéreas

B - Boa Ventilação (2 respirações)



ree


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


INKLAAR, H.; BEEK, P. A.Richtlijn voor diagnostiek en behandeling van het acute inversietrauma van de enkel bij sportbeoefenaren (Diretriz para diagnóstico e tratamento de traumatismo agudo por inversão de tornozelo em esportistas). Netherlands Tudschrift voor Geneeskund, 2011; 155: A3324


MCCRORY P, MEEUWISSE W, DVORAK J, et al. Declaração de consenso sobre concussão no esporte-a 5 ª Conferência Internacional sobre concussão no esporte realizada em Berlim, outubro 2016, British Journal of Sports Medicine 2017; 51: 838-847.


LAVRADOR FILHO, J. et al. Aplicação do protocolo Ottawa por estudantes de medicina e residentes de ortopedia em entorses de tornozelo em um hospital de trauma. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 55, n.5, p. 620-624, 2020.


BERNOT, C. et al; Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2019.


 
 
 

Comments


  • Instagram
  • Facebook
  • LinkedIn

Plexus Jr - Empresa Júnior de Fisioterapia.

bottom of page