Cadeia Cinética: Membros superiores e inferiores
- plexusjr
- 9 de ago. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 18 de out. de 2021
1. O que é cadeia cinética?
Cadeia Cinética é definida como uma montagem de elos e articulações interconectadas de maneira que promova um movimento controlado em resposta a um movimento fornecido como estímulo.
O princípio da ligação cinética descreve como o corpo humano pode ser considerado em termos de uma série de ligações ou segmentos inter-relacionados. O movimento de um segmento afeta os segmentos proximais e distais do primeiro segmento. Kibler refere-se ao sistema de ligação cinética como uma série de segmentos corporais ativados sequencialmente. Hanavan construiu uma forma computadorizada do corpo humano adulto.
Esta forma computadorizada compreende links cônicos que incluem as extremidades inferiores, dorso e extremidades superiores. Em referência ao desempenho das habilidades dos membros superiores, o trabalho nos segmentos dos membros superiores é transmitido ao tronco e coluna vertebral por meio de uma grande superfície musculoesquelética. Há uma troca de forças nesta superfície musculoesquelética, que resulta na geração de grandes quantidades de energia.
2. Qual a importância do estudo da cadeia cinética dos atletas overhead?
Os desportos overhead são caracterizados por movimentos de elevação dos membros superiores acima do nível da cabeça. Nestes desportos os ombros são sujeitos a grandes amplitudes de movimento, forças, acelerações e movimentos repetitivos (Jobe e Pink, 1993).
A disfunção da cadeia cinética durante o lançamento aumenta o estresse colocado nos segmentos distais e pode resultar em patologias no ombro e cotovelo. A utilização adequada da cadeia cinética permite que a força máxima seja desenvolvida no núcleo e transmitida para as extremidades (MMSS e MMII) de forma eficiente.
Portanto, o atleta deve conhecer a importância e como isso pode melhorar o seu desempenho.
3. Existe interdependência regional entre os segmentos do corpo?
A “Interdependência regional” tem sido utilizada para descrever as observações clínicas relacionadas à relação supostamente existente entre regiões do corpo, especificamente no que diz respeito ao tratamento de distúrbios musculoesqueléticos.
Calcula-se que uma redução de 20% na energia cinética fornecida do quadril e tronco ao braço requer um aumento de 34% na velocidade de rotação do ombro para gerar a mesma quantidade de força para a mão;
Déficits de força e mobilidade nessas áreas podem impactar negativamente a cinemática do ombro, o que aumentaria o risco de lesões no ombro e cotovelo.
A musculatura do tronco pode contribuir em até 55% na geração de energia cinética para o movimento em arremessadores;
Atletas arremessadores com dor no ombro apresentaram menor resistência da musculatura lateral do tronco, menor controle neuromuscular e menos função comparado aos atletas sem dor;
Relação entre lesões dos membros superiores de arremessadores e disfunções do tronco e dos MMII (pobre controle neuromuscular lombopélvico, déficit de ADM do quadril, alterações na postura do pé e déficit de equilíbrio postural dinâmico).
4. Pensando nos diferentes segmentos corporais, como poderíamos avaliar os membros superiores e inferiores e o tronco de atletas overhead?
Para avaliação da musculatura do tronco, sugere-se os testes de endurance para flexores, extensores e flexores laterais dessa região contabilizando o tempo de contração isométrica de acordo com as figuras.
Para avaliação dos membros superiores podem ser realizados alguns testes para mensuração de amplitude de movimento, força, potência; alguns testes funcionais e testes de modificação de sintomas:
ADM rotação interna;
Low flexion test;
Força isométrica rotação interna e externa;
SAT: Scapular assistance test
SRT: Scapular retraction test
Seated medicine ball throw
Teste isométrico de força de rotação lateral dos ombros
Para membros inferiores podemos citar testes como:
Equilíbrio postural dinâmico (pé no step, tocar o calcanhar suavemente no chão; modified SEBT);
Postura do pé (avaliação estática, dinâmica, palpação navicular); ex: pé plano apresentou relação com maiores níveis de lesão.
Lunge Test (relação com níveis biomecânicos - para avaliar dorsiflexão de tornozelo);
Hop tests;
Observação: o que tem documentado é que a não aderência ao programa preventivo aumentou a chance de lesões de membros superiores para arremessadores, o que mostra a importância da adesão do paciente ao plano preventivo, o qual possui evidências científicas sobre a redução do risco de lesões.
Referências:
Ellenbecker, Todd S, and Ryoki Aoki. “Step by Step Guide to Understanding the Kinetic Chain Concept in the Overhead Athlete.” Current reviews in musculoskeletal medicine vol. 13,2 (2020): 155-163. doi:10.1007/s12178-020-09615-1.
MOSER, Auristela Duarte de Lima; MALUCELLI, Mariane França; BUENO, Sandra Novaes. Cadeia cinética aberta e fechada: uma reflexão crítica. Fisioter. mov. (Impr.), Curitiba, v. 23, n. 4, p. 641-650, Dec. 2010. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script= sci_arttext & pid=S0103-51502010000400014 & lng= en\ nrm=iso>. access on 06 Oct. 2020. https://doi.org/10.1590/S0103-51502010000400014.
Sueki, Derrick G et al. “Um modelo de interdependência regional de disfunção musculoesquelética: pesquisa, mecanismos e implicações clínicas.” The Journal of manual & manipulative therapy vol. 21,2 (2013): 90-102. doi: 10.1179 / 2042618612Y.0000000027
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