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Progressão de Carga

  • plexusjr
  • 9 de ago. de 2021
  • 4 min de leitura

Atualizado: 18 de out. de 2021

1. No que consiste o Ciclo de Supercompensação? Quais são suas fases e o que cada uma delas representa?

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O Ciclo da Supercompensação consiste na relação entre trabalho e recuperação a partir de como o nosso corpo reage a cargas de treino, evidenciando a necessidade de um bom manejo de carga e descanso, para que o corpo consiga se adaptar e melhorar sua capacidade (carga padrão). Trata-se assim da relação estímulo- resposta, fazendo com que o organismo evolua à uma aptidão física superior. É dividido em 4 fases, e a duração de cada fase depende da intensidade do estímulo, estratégias de Recovery, idade da pessoa, entre outras variáveis subjetivas.


Fase I - Fadiga: Esse período inicia-se após a aplicação de um estímulo, em que empregamos uma determinada carga de treino e geramos fadiga no corpo, diminuindo agudamente nossa capacidade física. Os sinais de fadiga podem surgir no decorrer do treino , e seguem nas primeiras horas após o treino.


Fase II - Compensação: - Também conhecida como período de descanso, em que as reservas bioquímicas são repostas e gradativamente a capacidade vai aumentando até atingir o mesmo nível de aptidão física imediatamente antes de iniciar o último treino. Compreende o período de 24h a 48h após o treino.


Fase III - Supercompensação: Dando continuidade na recuperação, as reservas bioquímicas ultrapassam os níveis anteriores, gerando assim aumento agudo da aptidão física e, agora, supera o nível de aptidão física imediatamente antes do último treino. Esta fase é considerada uma ótima janela para dar um novo estímulo físico superior. Se isto não for feito, pode ocorrer a involução. Ocorre entre 36h a 72hr após o treino.

Fase IV - Involução: Período em que há ausência de sobrecarga, quando isto ocorre, o corpo gradativamente vai perdendo sua aptidão física, perdendo assim os efeitos conquistados através do treinamento.


Na segunda imagem, é demonstrado o que pode ocorrer caso não haja equilíbrio entre Carga x Recovery. No caso, as estratégias e tempo de recovery não são suficientes, e a aptidão física não retoma nem ao seu nível basal, significando que o atleta está diminuindo sua performance. O indivíduo pode entrar num processo de overreaching não-funcional e progredir para uma Síndrome do Overtraining. Além disso, pode ocorrer ao contrário, em que oferecer cargas excessivamente baixas para a pessoa pode não proporcionar melhora da aptidão, assim como dar estímulos pouco frequentes, ocasionando a involução.


2. Diferencie carga padrão, sobrecarga e carga progressiva.


Carga padrão: é uma carga introdutória basal, que corresponde a carga que o músculo suporta em homeostase, tende a se manter por cerca de um ano, pode ser usada antes de competições (para manter o desempenho atlético e não depletar os estoques energéticos) ou no início da reabilitação.


Sobrecarga: carga que excede a capacidade metabólica do músculo, um estímulo que demanda do músculo uma quebra da homeostasia, como consequência, se obtém um ganho de desempenho através da adaptação do músculo. Após essa adaptação, o desempenho pode ser mantido, porém, não será aumentado caso não haja um incremento de carga.


Carga progressiva: está relacionada com a sobrecarga e progride de acordo com o treino, nem sempre a carga é aumentada. A carga progressiva é ajustada e manipulada de acordo com as variáveis de intensidade e volume.


3. Quais são os componentes da carga de treino?


Os componentes da carga de treino são:


Volume: caracterizado pelo total de trabalho realizado. Ele considera a duração da sessão, com a quantidade de estímulos de repetição e pausa no treinamento.

Para exemplificar, o volume da resistência é a distância percorrida, já a força é a quantidade de peso levantado. A flexibilidade é o tempo total que você sustentou em cada posição. Em suma, é o programa de treinamento, tudo que você fez no treino.


Intensidade: caracterizada pelo grau de esforço tido no exercício. Para exemplificar, a intensidade no treino de resistência é a porcentagem de Vo2 máximo, já no treino de força é a % da RM (repetição máxima) e no treino de flexibilidade é a porcentagem de amplitude de movimento.


Densidade: caracterizada pela relação da duração de estímulo e a pausa aplicada entre as repetições, é o que é feito no exercício. Vale ressaltar que só de mudar a pausa muda o estímulo e a sobrecarga desse exercício, ou seja, basta alterar apenas uma das variáveis de treino para que ocorra evolução. Além disso, a velocidade do exercício está relacionada à quantidade de pausa dele.


Duração: caracterizada pelo tempo utilizado para fazer a repetição do exercício, desconsiderando a pausa.


Frequência: caracterizada pela soma das sessões (de manhã e de noite no mesmo dia, por exemplo), é a frequência que você treinou.


No contexto da Fisioterapia, por exemplo em uma reabilitação, é válido lembrar que não há necessidade de mexer em todas as variáveis, pois mudando uma variável já há alterações significativas. É fundamental levar em consideração os objetivos da individualidade de cada quadro, do treinamento e do próprio paciente para isso.


4. Como saber quando progredir a carga ?


Avaliar o paciente ou atleta por período ou por sessão utilizando recursos como questionários (Bem-Estar, PSE, PSR,..), variáveis fisiológicas como FC, Lactato, CK, entre outros, conversar diretamente sobre como está se sentindo, adaptando a carga em função das avaliações. Para saber quando progredir a carga é necessário conciliar diversas ferramentas, tanto as que remetem a Carga Externa, controlando o volume por exemplo, não tendo mudanças abruptas, mas também a Carga Interna, que seria basicamente como o organismo de tal pessoa reage à determinada carga de treino, uma vez que o organismo de cada pessoa pode reagir diferentemente a um mesmo estímulo.


Referências:

Soligard T, Schwellnus M, Alonso J, et al. How much is too much? (Part 1) International Olympic Committee consensus statement on load in sport and risk of injury. British Journal of Sports Medicine 2016;50:1030-1041.


Windt J, Gabbett TJ. How do training and competition workloads relate to injury? The workload—injury aetiology model. British Journal of Sports Medicine 2017;51:428-435.


American College of Sports Medicine. American College of Sports Medicine position stand. Progression models in resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc. 2009 Mar;41(3):687-708. doi: 10.1249/MSS.0b013e3181915670. PMID: 19204579.


Mitsumune T, Kayashima E. Possibility of Delay in the Super-Compensation Phase due to Aging in Jump Practice. Asian J Sports Med. 2013 Dec;4(4):295-300. doi: 10.5812/asjsm.34251. Epub 2013 Sep 20. PMID: 24800005; PMCID: PMC3977214.


Burke LM, van Loon LJC, Hawley JA. Postexercise muscle glycogen resynthesis in humans. J Appl Physiol (1985). 2017 May 1;122(5):1055-1067. doi: 10.1152/japplphysiol.00860.2016. Epub 2016 Oct 27. PMID: 27789774.


TOMAZINI, F et al. Overreaching e síndrome do overtraining: da caracterização ao tratamento. Rev. Acta Brasileira do Movimento Humano, [s. l.], v. 4, ed. 2, p. 77-98, junho 2014.




 
 
 

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